segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diva

Ave, Ava!

Seguro firme
o fio do ego
Não nego
Há de me retornar
a percepção
Já não quero interpretar
papéis pequenos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Festival da Mantiqueira 2011

Meus amigos, estarei ausente dias 27, 28 e 29 de maio.
Trabalharei no "Festival da Mantiqueira" em São Francisco Xavier.
Lá a internet não é das melhores, mas olhando bem essa paisagem, quem liga para isso?
Convido aos que estiverem por perto, para conhecer o lugar que é muito charmoso e belíssimo, além do evento ser muito interessante.

A Fundação Cultural Cassiano Ricardo contará com uma tenda no local, divulgando os autores locais, e meu livro "101 Poemas" também será vendido no local.

São Francisco Xavier - Distrito de São José dos Campos - SP - Área de Proteção Ambiental

27/5/2011
FESTIVAL DA MANTIQUEIRA 2011 EM SÃO FRANCISCO XAVIER

São José dos Campos recebe escritores no distrito de São Francisco Xavier

Festival da Mantiqueira 2011
O Festival acontece 27, 28 e 29 de maio e tem como objetivo divulgar autores e obras e estimular a criação literária. O belíssimo distrito de São Francisco Xavier, em São José dos Campos (138 km de São Paulo), recebe escritores em processo de criação e outros, às vésperas de lançamentos, de 27 a 29 de maio (sexta a domingo), durante o Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura. O Festival, que chega à quarta edição, faz parte de uma série de eventos criados pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, com o objetivo de divulgar autores e obras, formar público e estimular a criação literária.

Toda a programação é gratuita.

Data: 27, 28 e 29/05 (sexta, sábado e domingo)

Local: Praça Cônego Antonio Manzi, centro de São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos (138 km de São Paulo e 59 km de São José dos Campos).

Capacidade das tendas: - Principal: 500 lugares - Estudantes: 300 lugares - Photozofia Arte & Cozinha: 100 lugares (Lgo. São Sebastião, 105, Centro. Tel. 12 3926-1406 Ingressos: gratuitos (retirar senha para as mesas, atividades infantis e shows uma hora antes do início das atividades na bilheteria do evento, na praça principal)

Como chegar: De São Paulo, siga para São José dos Campos pela Via Dutra BR-116 ou pela Rodovia Carvalho Pinto SP-70. De São José dos Campos, o principal acesso é pela SP-50, estrada velha de Campos do Jordão, até chegar à cidade de Monteiro Lobato. Siga pela SJC-150, Estrada Vereador Pedro David até São Francisco Xavier.

Uma linha especial de ônibus de São José dos Campos a São Francisco Xavier vai levar o público visitante ao evento. Saídas de hora em hora, do Parque da Cidade Roberto Burle Marx - Av. Olívo Gomes, nº 100, bairro Santana.

Onde se hospedar e opções de passeios: www.sjc.sp.gov.br, no canal “turista”



Programação completa

Sexta - 27 de maio 17 - Oficinas para estudantes e professores e bibliotecários: com Elizabeth Ziani, Nelson de Oliveira e Maria Imaculada Sampaio
EMEF Profª Mercedes Rachid Edwards e Espaço Cultural Sebastião Batista


20 - Abertura Show Duo Siqueira Lima
Tenda principal


23h - Stand-up La Putanesca, baixarias de alto nível..., com Angela Dip
Photozofia


Sábado - 28 de maio 9h - Oficinas para estudantes, professores e bibliotecários: com Elizabeth Ziani, Nelson de Oliveira e Maria Imaculada Sampaio
EMEF Profª Mercedes Rachid Edwards e Espaço Cultural Sebastião Batista


11h - Falando de livros: Luiz Ruffato e Sérgio Sant’Anna
Tenda principal 11h30 - Ilan Brenman Tenda dos estudantes


12h - Atividade infantil: Contos de Fadas, com Kátia Canton
Biblioteca Solidária


13h - Orquestrinha São Xico
Coreto


14h - Atividade infantil: Livro Mágico, com Roberto Rocha Pombo
Biblioteca Solidária


15h - Conversando com Federico Andahazi
Tenda principal


15h30 - Regina Zilberman
Tenda dos estudantes


17h30 - Machos, Machistas, Fêmeas, Feministas: com Márcia Tiburi e Xico Sá
Tenda principal


18h - Ivan Angelo
Tenda dos estudantes


19h - Anúncio dos finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2011
Tenda principal


20h30 - Canto Livro
Photozofia


22h - Show Lobão Elétrico
Palco principal


Domingo - 29 de maio - 9h - Oficinas para estudantes, professores e bibliotecários: com Elizabeth Ziani, Nelson de Oliveira e Maria Imaculada Sampaio
EMEF Profª Mercedes Rachid Edwards e Espaço Cultural Sebastião Batista


10h - Orquestra Sinfônica de São José dos Campos
Palco principal


11h - Metrópoles e seus Personagens: Ignácio de Loyola Brandão e Márcio Souza
Tenda principal


11h30 - Marcelo Carneiro da Cunha
Tenda dos estudantes


12h - Atividade infantil: Oficina de Rimas, com José Santos e Jonas de Matos
Biblioteca Solidária


14h - Conversando com Lobão
Tenda principal







terça-feira, 24 de maio de 2011

dos escuros

Duy Huynh

Espia só meu vazio
Veja minha alma
esquiva e fugidia
Perceba bem
como ando oca
em meu íntimo
semeado
por ventanias
Acolho e acalanto
tempestades
Já que sou sítio vago
de palavras  
Minha lavoura
anda estéril
de lirismos
Grandes silêncios
engolem minha boca
E a escuridão
caia meu dia
de sombras...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

da vontade de viver

            Jequitibá rosa - SJCampos

            Tentando arrancar da alma, a aflição, sou poço fundo de angústias como se houvera dentro do meu peito uma mão que aperta o timo, eu escrevo.
            Tenho um coração ardido de urgências que não defino, cuja única poesia é não querer viver de vésperas e o passado, que tentou imiscuir-se no meu presente foi escorraçado pela desesperança e levado de volta ao seu tempo, no começo de mim.
            Minhas memórias falseavam, já que memórias são mentirosas. Então desertei delas.
            Com a memória é assim, e também com a verdade.
            Nenhuma delas é absoluta.
            As minhas verdades são apenas minhas, assim como minhas lembranças (que resolvi abdicar), sendo que a partir de hoje meu passado habita seu devido lugar.
            E no presente do indicativo, que é apenas um tempo verbal que define o meu agora, preciso apenas conseguir domar a fera que me reside e me corrói, de forma tal que me desafia encontrar sentido na vida.
             Preciso reencontrar a vontade de viver, e vontade de viver não se compra em farmácias, bares, lojas de sapatos ou em lugar nenhum que eu tenha conhecimento.
                Vontade é um querer bem forte, mas é coisa impalpável, assim como o amor.
               Não se obriga o amor e não se mata o amor.
            O amor brota aleatoriamente, num canteiro inesperado dentro da alma das pessoas. É um estabelecer-se sem domínio, sem domesticidade, sem prisão. Não há que se amarrar ou libertar o amor. Ele é por si só o que é.
               E acontece exatamente assim com a vontade de viver.
            Resta semear e ter uma esperança muito grande (que se chama fé), que a semente vingue. Regar ajuda...
             Germinar ou não é obra do acaso ou de uma força alheia a nossa compreensão.
          A despeito da minha insuficiência de vontade, ainda percebo a grandeza e a beleza de estar viva. Percebo a benção em poder me levantar, respirar, seguir a vida, e a vida em si é uma dádiva. Eu bem sei.
            Mas quem há de curar-me esse sentimento desnecessário de aflitudes e descasos que carrego do meu lado de dentro? O que será que me falta para que esse desgosto ingrato deixe meu peito em paz?            
            Não é melancolia, nem é tristeza. Já até pensei que fosse, mas não é.
            Não, não é, depressão, nem doença, nem dor física.
            Não é nada compreensivelmente traduzido por inclemências sensatas e analíticas.
            É só uma desmesurada ausência de esperança. É um buraco negro que anda a engolir-me os sonhos, as expectativa, e a fé.
            Ai a fé...
                  Essa força misteriosa que habita as almas mais felizes ou resignadas.
            Hoje eu estou que é um desencanto só, e por falar em desencanto, nem minha voz é a mesma, nem meu canto... Daí meus olhos se entristecem ainda mais ao ver minha figura assim tão fragilmente acuada.
                E meu coração... 
              Está este tão cansado de andar por aqui há tanto tempo, que tenho a sensação de ser secular, como o Jequitibá rosa solitário que resiste corajosamente pela metade no horizonte da minha cidade.
               Resta-me ao menos o indiscutível prazer de escrever.
             Fazer poemas me mantém viva e por isso, não me importa caso meus versos sejam anódinos, e por ser questão de sobrevivência, continuo.
            Escrevo, escrevo e escrevo, numa desesperada tentativa de desopilar o peito, de lavar a alma, de aniquilar essa dor que não passa e a despeito dessa imensidão de ausências que me habita, a poesia ainda me alimenta.
            Viver é uma ciência, mas querer viver é a verdadeira arte.
           

terça-feira, 10 de maio de 2011

Rota de mim


Escher


Nem advertência
nem ameaça

Não é expectativa
nem sequer condição

Mera dica
Simples constatação

Na incongruência
de meus ocos dias

[a despeito da minha solidão]

Só se chega à mim
pela poesia

sexta-feira, 6 de maio de 2011

poema perverso



Que poema perverso
esse 
que se nega
e negocia com o diabo
remissão
Rende-se 
réu confesso
o cínico
E nem de coitado 
se faz
Só quer absolvição
o abjeto
para voltar a
a pecar
em paz.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Oração para esconjurar esperanças

Modigliani - Nancy

Que não esperem
nada de mim
que eu não dou conta
Mais que tendência
tenho eu
uma vasta experiência
[e mórbida obsessão]
em aniquilar expectativas
Minha inconstância
é matemática
De progressão
sintomática
e quilométrica
Excedida apenas pela
minhas próprias
decepções.


Meu amigo Wesley inspirado nesse meu poema, escreveu outro ainda mais bonito que compartilho aqui nesse cantinho. Fiquei tão contente...

O Santo certo


Minhas mãos juntas em oração
Desorientadas estão
Porque não conseguem, desconectadas
Encontrar o santo certo
Que está cuidando de perto
Da minha situação!