sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Caro psicanalista


O meu discurso não combina com meus atos
Então sou mesmo sem nenhum tato
uma grande enganação
Os meu princípios não sobrevivem aos fatos
E foi para o ralo minha convicção
Não sei se o bem e o certo são verdades
Nem se dignidade é excelência
Pois em mim resta apenas
uma pilhéria paradoxal
De acharem que eu sou o que não acredito
E que é normal
fazer o que eu não acho bonito...

26 comentários:

Mário Lopes disse...

Em primeiro lugar, Rossana, lindo, lindo poema.
Em segundo, e respigando o final de um conto de Alberto Moravia, é como se entre aquilo que se fosse e o que mostrasse ser houvesse uma fraude, como se em ti existissem duas pessoas: uma que engana e outra que é enganada. Eu estou com esta última, é a ela que quero bem, responder-te-ia se te sentisses preocupada. Não estás, pois não?


Beijo carinhoso,
por dentro e por fora.

Lara Amaral disse...

As coisas que alguns por aí julgam ser normais são as que mais me intrigam.
Muitas verdades em seus textos são menos ditas por aí. Por isso gosto de estar por aqui. Beijos!

Batom e poesias disse...

Duas partes da mesma pessoa, Mário.
Uma sabota a outra, mas ambas são de verdade.

bjs

Batom e poesias disse...

Fiz daqui uma espécie de confessionário poético,Lara...
rss

Nem sempre é fácil, mas fico muito feliz que goste.

beijinho

Sueli Maia (Mai) disse...

Rossana, o vazio é meio e quem tem coração cheio, escreve como tu.
E meia taça encobre dois seios e em um peito valente, não deveria haver culpas. Há portanto meio copo, meia taça e o grande conflito: ser ou não ser...Moral e o grande mal da civilização.
Eis a vontade de poder e a grande questão é que, prá ter vontade de poder, tem que ser e ter 'roxo' porque, para o poder ser exercido sem o tal conflito, não existe meia ética.
Então somos humanos e temos tudo isto.
Gostei um tantão deste teu poema.

Abraços,

Batom e poesias disse...

Coração cheio sim, Mai.
De dualidades paradoxais que todos temos mas que pouco falamos porque incomoda.
Sendo assim, acho que tenho um peito valente.
Só falta livrar-me das culpas...rss

Grata por comentar.
beijos

Leo Mandoki, Jr. disse...

O Freud foi uma farsa...ele só teve uma paciente: a própria filha....
mas eu até gostp do Freud. Mas não sou freudiano. Agora vc já sabe os meus fins
acho que vc deva ser o que vc realmente é.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flavio Ferrari disse...

Inspiradésima ...

Batom e poesias disse...

Lí bastante acerda de Freud, Leo.
Só não li o próprio.

Sou o que sou. Essa mistura, nada pura.
bjs

Batom e poesias disse...

Agradecida Flávio.
Sé é que é um elogio...rss
bjcas

Unknown disse...

Lindo Demais Rossana!

A obra Freudiana há muito está ultrapassada.

Acredito que sua verdade, a do poema cabe em todos nós.

Quem me conhece pessoalmente, sabe que sou uma piada solta no mundo, mas existem horas que falseio um pouco, para mudar o objeto do tema!

Linda a sua verdade!

Mais lindo o seu poema!

Beijos

Mirse

cristinasiqueira disse...

"Uma pilhéria
paradoxal"
Quanta bendita honestidade para se tornar inteira.
A vida a juntar fragmentos .Salva-se quem constrói monumentos vítreos,obeliscos de arte.A gente se cria e se faz a cada uno momento...
edificar-se em versos livres no acaso dos dias.
Rossana você anda experimentando bons e raspantes caminhos do encontro.
E na tang~encia Freud.perfeito.

Com carinho,

Cris

BAR DO BARDO disse...

o que está no poema não é você.
o que está no poema, quando muito, é a poesia.
você não está.
nem adianta.
você é íntegra, ainda que aos pedaços, cara!

tenho certeza?

Anônimo disse...

Oi Rossana!
Que bom receber sua visita!
Gostei muito do poema! Da até vontade de mandar para o meu psicologo que diz que eu sou impenetravel.
Será que ele suspende a alta?Rsrsrsrs
Bjs.

Batom e poesias disse...

Mirse, eu vejo a piada, como uma ponte para a alegria e a descontração. Se assim for, posso acreditar na sua auto-definição.

Grata por achar linda a verdade e o poema. Só mesmo esse seu coração amoroso...

beijos amiga

Batom e poesias disse...

ô Cristina! Que saudades que estava de tuas visitas e das novas histórias do teu blog. Ando passando por lá saudosa dos teus escritos.

Ando mesmo experimentando bons e raspantes caminhos do encontro...

Meus últimos posts tem sido sobre essa busca. Tenho fases como a lua...rss
beijos, querida.

Batom e poesias disse...

Sei não, Prof.

Ando assim assado, juntando caquinhos. Quebra-cabeça de gente.
Acho que perdi algumas peças.

Gosto muito do que escreve cara.
bjcas apimentadas.

Batom e poesias disse...

Acho que o psicólogo te interna e me interdita, Fátima...rss
Visito com prazer teu blog, que gosto muito.

bjs

Adriana Riess Karnal disse...

" De acharem o que eu sou o que não acredito"...essa é a questão primeva: o que eu sou?...bendita vc que descobriu...adorei isso!!!

Batom e poesias disse...

Adriana, será que descobri?
Adorei que você adorou...
bjs, querida.

Ariana disse...

Muito interessante a sua poesia: paradoxal, eu diria.
Um questionamento a se pensar.
Parabéns pela inspiração!


Beijos!

Batom e poesias disse...

Grata pela visita e comentário, Ariana.
bjs

Estela disse...

Será que Freud explica? (rsss.)
Bjs.

Flavio Ferrari disse...

Claro que é um elogio ... você escreve super bem.
Talvez seja porque fiz alguns anos de análise ...

Batom e poesias disse...

Espero que tenhas tido alta e não que fugiste da raia, Flavio.
bjs