terça-feira, 3 de março de 2009

Filha do dia


Eu sou filha do dia
Nasci quando amanhecia
Quando o sol já despontava
Uma banda não tão longe
tocava na alvorada
Na "cidade paisagem"
ao pé da Mantiqueira
Sou filha do céu azul
das manhãs de primavera
Desvendo os segredos
que o dia simula não ter
Gosto e caminho na noite
Mas dela sou só visitante
Não faço parte integrante
desse mundo de escuridão
Não tenho medo do escuro
Mas me embeveço com a luz
dos dias quando amanhece
Tenho os pontos cardeais
cravados no horizonte
E claros na minha fronte
Não me perco facilmente
Na noite é que eu me confundo
com as luzes embusteiras
Pois ainda não aprendi
a ouvir ou ler estrelas...

Um comentário:

Mário Lopes disse...

Tão lindo o seu poema-revelação, filha dilecta do dia!
Para a Rossana, com carinho, e ainda inebriado pelo seu poema, lhe envio o meu no seu inspirado, com um beijo:





Beber a frescura da manhã
que escorre da montanha
ou o azul do céu
que se reflecte no teu olhar.
Como uma ave pousar nas tuas mãos
enquanto é leve o ar.
Respirar um pouco mais
antes que o encanto cesse.
Procurar na erva
o descanso prometido
e na pedra a carícia do sol.
Antes que a sombra suba pelos ramos
voar alto e arder.