segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saudade

Matisse


Mesmo quando longe
Mesmo quando ausente
Mesmo quando e sempre
inexistente
Sua parecença diáfana
Sua transparência
perpetua a sensação
de que transporto um fantasma
E que me possuído
não admite
fazer-me aparição
E mesmo de longe
Mesmo ausente
Mesmo que absolutamente
intangível
Assombra e assoma
por hora e eternamente
A abstraída lembrança
da sua percepção.

26 comentários:

Rodrigo Braga disse...

Muito lindo Rossana!

Existe um Poema da Elizabeth Bishop Chamado "Uma Arte" que é lindo e tem uma sintonia com o seu.

jos

Unknown disse...

Lindo poema, Ross!

Daqueles que a gente sente a saudade quando lê.

Beijos

Mirze

Andreia Hernandes disse...

Ah, essas ausências......
Belo texto!

Abraços da nova seguidora,
Andreia.

Talita Prates disse...

a saudade é filha da memória...

poema maravilhoso, parabéns!

Um bjo,

Talita
História da minha alma.

MariaIvone disse...

Rossana

Tá vendo que poesia voltou?!!!
Como sempre belo o seu poema, é um gosto visitar seu espaço.

Beijo

Kelly Soares disse...

Uau!
Que sutileza,e ao mesmo tempo, que força de sentimento...
Lindo lindo
Bjs

Flavio Ferrari disse...

hummmm....(suspiro)

Unknown disse...

nem o tempo, nem o vento apagam o que as retinas absorveram,


beijo

Batom e poesias disse...

Rodrigo: "A arte de perder não é nenhum mistério"... Não para mim.
bj

Mirse: Sou tão grata pela sua presença amorosa... bj

Andréia: Seja muito bem vinda! bj

Talita: Feliz pela visista e comentário. bj

Maria Ivone: Você percebeu!
Espero que ela venha para ficar, essa poesia fujona. bjs

Kelly: Não sei se sou muito sutil, mas fiquei feliz por gostar. bj

Flávio: hehehe bj

Assis: /verdade Assis. Adoro quando vem. bj

byTONHO disse...



1º - SAÚ(da)DE

2º - É impossível não GHOSTar!

3º - Cuidado estamos em aGHOSTo...

...eles existem!

:)

Anônimo disse...

"Assombra e assoma
por hora e eternamente
A abstraída lembrança
da sua percepção."

Uau, arrepiou aqui.

Beijos.

Jorge Pimenta disse...

é esse o fascínio (para o bem e para o mal) da saudade: não cabe numa qualquer concessiva... mesmo que... ainda que... embora... e sempre saudade!
um beijo!

Mário Lopes disse...

Capturar o instante improvável, penetrar no seu coração, e no limite do compreensível extrair todo o sentido que a beleza encerra, trazê-lo à luz do dia para que arda, se consuma, e fique para sempre gravada em nós, porque o que vimos era a chama da sua essência e mais nenhuma outra é verdadeira-é esta a matéria que os poetas trabalham, não tendo mais que as frágeis e gastas palavras para usarem. Por vezes, cansados ou desorientados, atravessam o espelho dos sonhos antigos e vão dar à rua da saudade, essa artéria triste que parte da praça da memória. Mas recuam, e servem-se da memória para encontrarem a esquina em que se enganaram e darem novamente com a praça em que atravessaram o espelho. Respiram um pouco mais o ar da manhã, olham em redor e partem à procura da luz e cores quentes que Matisse trouxe de África para as suas odaliscas, não tendo mais que as palavras frágeis e gastas para demonstrarem que elas existiram num rápido cruzamento de olhares na esquina da vida.




Fazer poesia do que é tão difícil de descrever, frágil como o vidro ou o ar que se respira, só mesmo tu, querida Rossana!
Vejo que estás de volta.
Um beijo luminoso de boas-vindas!

Flávio Morgado disse...

Bonito poema!

F.M.

Wania disse...

Rossana querida

A saudade, por vezes, é tão doída que quase se materializa na nossa frente! Captaste muito bem esta imagem diáfana e fantasmagórica assombrando por hora e eternamente!

Melhor que não existisse...


Bj grande
Tb te adoro, sabia?


PS: obrigada pelas palavras tão carinhosas que sempre deixas lá no meu Encantaventos. Prezo demais a nossa amizade!

Wania disse...

Rossana

Vim ver se já tinhas me respondido e vi que tinha cometido dois errinhos de português... devia ser o sono...rsrs! Já arrumei e ainda aproveitei pra te deixar um booom diiiia!

Beijo grande

Batom e poesias disse...

TonhO, tenho mais medo dos hormônios que de fantasmas :D
Bj

São os fantasmas Larinha... ;)
Bj

Não cabe, Jorge, mesmo que quiséssemos.Bj

Mário: Cá estou, meu querido, atrás de capturar palavras. Bj

Flávio: "Bonito" é um adjetivo bonito. Bj

Wania, minha amada, eu agradeço sua presença fiel e amorosa e tb prezo mdemais seu carinho. Bj

Léo Santos disse...

É... Querida, o fantasma da saudade assombra muita gente, mas, se sentimos saudades é sinal de que bons momentos foram vividos outrora.

Um abraço pra ti!

O Neto do Herculano disse...

A poesia é sempre
matéria prima
para a boa poesia.

Anônimo disse...

um legítimo poltergeist poético e o padre Quevedo que se dane.

bjoca.

Cris de Souza disse...

Essa tal saudade é uma fera...

Meu olhos reviraram, sobre o seu canto. Dancemos!

Beijos.

Jeferson Cardoso disse...

Tão longe, tão perto..., está em nós.
Abraços.
Jefhcardoso do
http://jefhcardoso.blogspot.com

JB disse...

Lindíssima fora de expressar a saudade.

Será sempre estado de paragem no tempo!Vive eternamente em nós, com as duas faces que a definem: dor e alegria.
Gostei de ler!

Beijos

Batom e poesias disse...

Léo: Você é sabimo, meu querido. Bj.

Herculano: Eu tenho mania de escrever sobre o "escrever". Feliz com sua presença. Bj

Fouad: Hfhuuhhfhuuuu!!!(barulho de fantasma):D Bj

Cris: Feliz por ter vindo revirar os olhos. Dancemos! Bj

Jefh: Grata por ter vindo.

Jorge Stark (Miltextos) disse...

Percepções... mais que um poema, atitude. Linda.

Batom e poesias disse...

Poetinha.
bj