segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Carrego tempestades
na mente e na alma
Raios e trovoadas
insistem em assombrar-me
Levantam meus telhados
de dentro para fora
Revolvem-me
pois que o temporal
está dentro de mim
E ele não cessa
se não me entrego
Acelera o coração!
Pulsa a veia!
Sobe a pressão!
Pula a alma!
Medo e sobressalto.
Sintomas sinistros...
Susto que nunca passa.
Morte que nunca morre
Até derramar-se
como chuva forte!
e de repente se acalma
lava a alma
leva a alma
E quando se vai
resto eu acuada
Escondida n'algum canto
envergonhada
assustada
Sobrevivente
sem rimas
de mais um ataque
de pânico...

38 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

É sensação... Mas fisiologicamente é real. Conseguí ver um corpo transbordando adrenalina e não fosse a revelação ao final, poderia ser um estrondo ou um orgasmo saindo de uma boca feito um grito.

Abraços, Rossana.

cristinasiqueira disse...

Oi Rossana,

Eparrei Iansã!!!!!!Eparrei

Incrível a catarse em crescente implodindo em pânico.
Absurdamente real.
Pãnico é implosão na tentativa de não perder o controle.Esticar ao máximo sem dar bandeira do ranger de dentes,do suor,o coração disparado que parece o sino da igreja da matriz e ninguém ouve,a falta de ar,o sem sossego,a boca seca e depois...a poesia."Morte que nunca morre".É isso!

Com carinho,

Cris

Passe lá em casa.

BAR DO BARDO disse...

O sujeito lírico tem síndrome do pânico... Conheço uma pessoa que tem isso - e é algo bastante dramático, a perda completa da identidade e a entrega total ao caos que se instala em seu espírito.

Rossana, você soube expressar bem esse problema, que é, de fato, um revolver de tudo e o enregelamento do ânimo de modo instantâneo.


Tomara que o sujeito consiga superar esses ataques. Que ele procure ajuda especializada, de preferência num bom centro... de mesa branca.

Namaste!

Batom e poesias disse...

É verdade Mai.
Não tinha pensado nisso... rss

Talvez não devesse ter terminado o poema e deixado assim a incógnita.

bjs querida.

Batom e poesias disse...

Já me disseram que a Rainha dos raios é minha protetora, Cris.

Vou lá sim.
bjs

Batom e poesias disse...

Henrique, o sujeito já faz tudo isso e o predicado indica que ele "está" bem.
Beijos

Marcos Ciabattari disse...

Os raios, a água, os ventos... Tudo é grande diante de nós enquanto nós vamos crescendo. Mas nós sempre vamos crescendo. Sempre crescendo... Então acontece (e acontece mesmo): Numa manhã a gente se dá conta que tem se assustado menos, que o coração vai aos poucos se acostumando. Rola até, sem pressa, um banho de chuva.
Abraço apertado!

Tata disse...

Quanta adrenalina!!!
E no final a calma.....
Nossa, fico imaginando uma pessoa que passa por isso. Deve ser mais ou menos como um coquetel molotov dentro de si.
E vc conseguiu com poesia descrever a cena!!!
Muito bom! Muito bom mesmo!!!
Bjinhos Rossana

Batom e poesias disse...

Espero que tenha razão, querido Marcos.
Crescer até que as tempestades fiquem tão pequenas que não mais incomode...

beijo

Batom e poesias disse...

Adorei a imagem do "coquetel Molotov por dentro". Acho que é assim mesmo.

Beijinho querida

Unknown disse...

Ai Amiga!

Não gosto de lhe ver assim. E nem lhe posso dar o ombro porque se não estou igual, estou pior.

Mas espero com toda sinceridade que essa fase passe.

É fácil dizer coisas lindas e frases lógicas, mas não estamos preparados para ouvir.

Portanto deixo meu carinho, um beijo, e se precisar de um caco de pessoa sabe meu email: mirse03@gmail.com

Beijos

Mirse

O mar me encanta completamente... disse...

Oi Rossana.
Introspectiva viagem, poetisa, impregnada de melancolias e belezas em tuas metáforas...
Intensidade no furacão de tuas cogitações, belos versos...

Beijinho

Lara Amaral disse...

Suas metáforas sempre me intrigam e me arrastam por vários sentidos. Mas a sensação que prevalece é a do início, quando percebo seus poemas como um déjà vu. Sua escrita é única e só sua, mas sua mensagem é para todos. Abraços!

Adriana Riess Karnal disse...

um ataque de pânico? rs...ora, essa tempestade não vem de graça...

Batom e poesias disse...

Mirse, querida!

Você me comove muitíssimo.
Vou te escrever sim.
bjs amiga

Estela disse...

Uma verdadeira tempestade interior, finalizando com a calma que vem depois.
Bjs.

Batom e poesias disse...

Glória do "mar", grata por vir e comentar.
beijos

Batom e poesias disse...

Lara

Você se expressa de uma forma muito peculiar e parece me ler de uma forma só sua.

Gosto disso
Um beijo

Batom e poesias disse...

Como diz o Pimenta - Karnal!

Tempestades vem e vão, mas o estrago está feito.

Bejcas Adriana

Batom e poesias disse...

Tempestade interior...
É isso Estela.

Beijos

Juliana Carla disse...

Tempestades são necessárias para nos entendermos com o nosso EU... Às vezes são tão conflitantes que quando achamos a resposta estamos com a casa desarrumada... E depois a calmaria por ter aceito ou refeito o que era um desespero.

Lindos versos.

Abs

Juliana Carla disse...

Vou tornar sua seguidora. Te espero no BRAILLE DA ALMA.

Batom e poesias disse...

Grata pelas palavras, Juliana.
Vou visitar tua casa.
bjs

Amiga do Cafa disse...

Rossana,
sua poesia me fez lembrar Clarice Lispector.
Bela ! Profunda ! Intensa como a alma de todo artista.
Adorei.
Quem não tem de vez em quando esse " desassossego " na alma ?
E você retratou muito bem.
Voltou a foto antiga.......
Beijo grande !

Fran carvalho disse...

Nossa! que real!
Bj

nina rizzi disse...

rossana,

esse poema tá cuma força danada, hm?
beijo.

Anônimo disse...

Uma bela metáfora! Carregar tempestades na mente e na alma...
Trazendo os seus versos para a vida real, carregamos, vez ou outra, as nossas tempestades e, cabe a cada um encontrar uma maneira de voltar à calmaria.

Enigmaticamente lindo o poema!

Beijos!

Batom e poesias disse...

Nossa, Celamar!
Lembrar Clarice é um enorme elogio!

Voltei a foto antiga, sim. Eu gosto dela.
E o Cafa tá demais, heim?
bjs

Batom e poesias disse...

Fran!
Estava com saudades das tuas visitas.
Beijos querida.

Batom e poesias disse...

É Nina, mas não é uma força do bem, mas é assim que exorciso.

bjcas procê também!

Batom e poesias disse...

Sei não se gosto de calmarias, Ariana... Acho que sou das que gostam de tempestades...rss
bjs

Vinicius disse...

Oi.

"Sobrevivente; há em teu poema verso. Sabe o que me agrada no pânico? A intensidade. Como em teus versos." Abraço.

Batom e poesias disse...

Me agrada você achar que meus versos são intensos, Vinícius.
Grata por vir e comentar.
bjs

Thania Klycia disse...

O ser humano é mesmo uma eterna reviravolta!
Abraços!

Batom e poesias disse...

Oi Thania. Somos mesmo, não?
Grata pela visita e comentário.
Bjs

vieira calado disse...

O ritmo do poema é bom

mas...

acalme-se!

Faça da vida uma festa!

Um beijo no batom

Batom e poesias disse...

Agradeço o conselho e a observação, Vieira.
Bjs

Mário Lopes disse...

Mas... A seguir a um dia virá outro dia e outro dia e tu já sabes qual é o caminho que te "libertará": vais explorar as margens dos vários rios que em ti correm ou escavar a terra em que nasceste para que se ergam as flores mágicas (ou serão aves nascidas das tuas mãos?) que delicadamente colocarás nos vasos vazios que te traremos (ou serão simples ramos despidos?) e que deixaremos à janela para que o sol as beije (ou será a luz da tua alma que as ilumina?), assim serão as palavras redimidas que brotarão do teu sofrimento (ou frutos maduros que colheremos e faremos por merecer?).



Pois é, querida Rossana, quando começas a abanar como uma árvore na ventania, ficamos todos de volta dela porque belos e saborosos serão os frutos que colheremos. E acredita que nenhum cairá no chão!
Para não variar, mais um belo poema nos ofereces...

Beijo sumarento.