Carrego tempestades
na mente e na alma
Raios e trovoadas
insistem em assombrar-me
Levantam meus telhados
de dentro para fora
Revolvem-me
pois que o temporal
está dentro de mim
E ele não cessa
se não me entrego
Acelera o coração!
Pulsa a veia!
Sobe a pressão!
Pula a alma!
Medo e sobressalto.
Sintomas sinistros...
Susto que nunca passa.
Morte que nunca morre
Até derramar-se
como chuva forte!
e de repente se acalma
lava a alma
leva a alma
E quando se vai
resto eu acuada
Escondida n'algum canto
envergonhada
assustada
Sobrevivente
sem rimas
de mais um ataque
de pânico...
38 comentários:
É sensação... Mas fisiologicamente é real. Conseguí ver um corpo transbordando adrenalina e não fosse a revelação ao final, poderia ser um estrondo ou um orgasmo saindo de uma boca feito um grito.
Abraços, Rossana.
Oi Rossana,
Eparrei Iansã!!!!!!Eparrei
Incrível a catarse em crescente implodindo em pânico.
Absurdamente real.
Pãnico é implosão na tentativa de não perder o controle.Esticar ao máximo sem dar bandeira do ranger de dentes,do suor,o coração disparado que parece o sino da igreja da matriz e ninguém ouve,a falta de ar,o sem sossego,a boca seca e depois...a poesia."Morte que nunca morre".É isso!
Com carinho,
Cris
Passe lá em casa.
O sujeito lírico tem síndrome do pânico... Conheço uma pessoa que tem isso - e é algo bastante dramático, a perda completa da identidade e a entrega total ao caos que se instala em seu espírito.
Rossana, você soube expressar bem esse problema, que é, de fato, um revolver de tudo e o enregelamento do ânimo de modo instantâneo.
Tomara que o sujeito consiga superar esses ataques. Que ele procure ajuda especializada, de preferência num bom centro... de mesa branca.
Namaste!
É verdade Mai.
Não tinha pensado nisso... rss
Talvez não devesse ter terminado o poema e deixado assim a incógnita.
bjs querida.
Já me disseram que a Rainha dos raios é minha protetora, Cris.
Vou lá sim.
bjs
Henrique, o sujeito já faz tudo isso e o predicado indica que ele "está" bem.
Beijos
Os raios, a água, os ventos... Tudo é grande diante de nós enquanto nós vamos crescendo. Mas nós sempre vamos crescendo. Sempre crescendo... Então acontece (e acontece mesmo): Numa manhã a gente se dá conta que tem se assustado menos, que o coração vai aos poucos se acostumando. Rola até, sem pressa, um banho de chuva.
Abraço apertado!
Quanta adrenalina!!!
E no final a calma.....
Nossa, fico imaginando uma pessoa que passa por isso. Deve ser mais ou menos como um coquetel molotov dentro de si.
E vc conseguiu com poesia descrever a cena!!!
Muito bom! Muito bom mesmo!!!
Bjinhos Rossana
Espero que tenha razão, querido Marcos.
Crescer até que as tempestades fiquem tão pequenas que não mais incomode...
beijo
Adorei a imagem do "coquetel Molotov por dentro". Acho que é assim mesmo.
Beijinho querida
Ai Amiga!
Não gosto de lhe ver assim. E nem lhe posso dar o ombro porque se não estou igual, estou pior.
Mas espero com toda sinceridade que essa fase passe.
É fácil dizer coisas lindas e frases lógicas, mas não estamos preparados para ouvir.
Portanto deixo meu carinho, um beijo, e se precisar de um caco de pessoa sabe meu email: mirse03@gmail.com
Beijos
Mirse
Oi Rossana.
Introspectiva viagem, poetisa, impregnada de melancolias e belezas em tuas metáforas...
Intensidade no furacão de tuas cogitações, belos versos...
Beijinho
Suas metáforas sempre me intrigam e me arrastam por vários sentidos. Mas a sensação que prevalece é a do início, quando percebo seus poemas como um déjà vu. Sua escrita é única e só sua, mas sua mensagem é para todos. Abraços!
um ataque de pânico? rs...ora, essa tempestade não vem de graça...
Mirse, querida!
Você me comove muitíssimo.
Vou te escrever sim.
bjs amiga
Uma verdadeira tempestade interior, finalizando com a calma que vem depois.
Bjs.
Glória do "mar", grata por vir e comentar.
beijos
Lara
Você se expressa de uma forma muito peculiar e parece me ler de uma forma só sua.
Gosto disso
Um beijo
Como diz o Pimenta - Karnal!
Tempestades vem e vão, mas o estrago está feito.
Bejcas Adriana
Tempestade interior...
É isso Estela.
Beijos
Tempestades são necessárias para nos entendermos com o nosso EU... Às vezes são tão conflitantes que quando achamos a resposta estamos com a casa desarrumada... E depois a calmaria por ter aceito ou refeito o que era um desespero.
Lindos versos.
Abs
Vou tornar sua seguidora. Te espero no BRAILLE DA ALMA.
Grata pelas palavras, Juliana.
Vou visitar tua casa.
bjs
Rossana,
sua poesia me fez lembrar Clarice Lispector.
Bela ! Profunda ! Intensa como a alma de todo artista.
Adorei.
Quem não tem de vez em quando esse " desassossego " na alma ?
E você retratou muito bem.
Voltou a foto antiga.......
Beijo grande !
Nossa! que real!
Bj
rossana,
esse poema tá cuma força danada, hm?
beijo.
Uma bela metáfora! Carregar tempestades na mente e na alma...
Trazendo os seus versos para a vida real, carregamos, vez ou outra, as nossas tempestades e, cabe a cada um encontrar uma maneira de voltar à calmaria.
Enigmaticamente lindo o poema!
Beijos!
Nossa, Celamar!
Lembrar Clarice é um enorme elogio!
Voltei a foto antiga, sim. Eu gosto dela.
E o Cafa tá demais, heim?
bjs
Fran!
Estava com saudades das tuas visitas.
Beijos querida.
É Nina, mas não é uma força do bem, mas é assim que exorciso.
bjcas procê também!
Sei não se gosto de calmarias, Ariana... Acho que sou das que gostam de tempestades...rss
bjs
Oi.
"Sobrevivente; há em teu poema verso. Sabe o que me agrada no pânico? A intensidade. Como em teus versos." Abraço.
Me agrada você achar que meus versos são intensos, Vinícius.
Grata por vir e comentar.
bjs
O ser humano é mesmo uma eterna reviravolta!
Abraços!
Oi Thania. Somos mesmo, não?
Grata pela visita e comentário.
Bjs
O ritmo do poema é bom
mas...
acalme-se!
Faça da vida uma festa!
Um beijo no batom
Agradeço o conselho e a observação, Vieira.
Bjs
Mas... A seguir a um dia virá outro dia e outro dia e tu já sabes qual é o caminho que te "libertará": vais explorar as margens dos vários rios que em ti correm ou escavar a terra em que nasceste para que se ergam as flores mágicas (ou serão aves nascidas das tuas mãos?) que delicadamente colocarás nos vasos vazios que te traremos (ou serão simples ramos despidos?) e que deixaremos à janela para que o sol as beije (ou será a luz da tua alma que as ilumina?), assim serão as palavras redimidas que brotarão do teu sofrimento (ou frutos maduros que colheremos e faremos por merecer?).
Pois é, querida Rossana, quando começas a abanar como uma árvore na ventania, ficamos todos de volta dela porque belos e saborosos serão os frutos que colheremos. E acredita que nenhum cairá no chão!
Para não variar, mais um belo poema nos ofereces...
Beijo sumarento.
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